sexta-feira, 12 de março de 2010

23 – Essa vai ser uma noite para durar para sempre

Dougie’s P.O.V.

- Nossa o povo se perdeu geral mesmo. – Eu comentei percebendo que ninguém da festa se encontrava ao alcance de meus olhos.
- Eu vejo a Ana e a paulinha juntas ali ó. – Luisa apontou para um canto da festa onde havia alguns jogos estilo Las Vegas, onde você colocava uma moeda cedida pela organização e ganhava uma bebida, que a propósito já era de graça, de acordo com a sua sorte. As duas comentavam felizes sobre o jogo.
- Verdade, a gente podia ir lá, eu bebi bem pouco essa noite. – eu comentei e Luisa me olhou de lado se levantando.
Chegamos perto das meninas que logo nos deram passagem para usarmos as maquinas ficando apenas ali torcendo, uma pequena competição de sorte começou. O combinado era quem ganha fica, e assim vai girando até todos terem jogado. Dougie 1 x Luisa 0. Dougie 1 x Ana 1. Dougie 1 x Ana 2. Ana 2 x Paulinha 1. Ana 3 x Paulinha 1. E a Ana foi a grande vencedora. Antes da comemoração digna Jones chegou no local.
- Que ‘ta pegando galera? – ele pediu se aproximando.
- Competição de quem ganha mais bebidas. – Luisa falou tomando a sua.
- Aé, quem ganhou? – Jones pediu.
- A Ana. – Paulinha apontou. Ele fez cara de pensativo então propôs.
- Eu te desafio. – Falou com uma voz falsamente séria.
- Iih, cara ela venceu todo mundo de lavada. – Eu falei abraçando Luu enquanto nos posicionávamos para ver a batalha de titãs.
- ‘Ta... – A garota deu de ombros rindo e se dirigindo até a maquina, até um pequeno grupo de pessoa já havia se juntado para ver, afinal pouco barulho que Luisa e Paula fazem juntas.
No meio da galera Harry e Aninha chegaram a tempo de ver a primeira batalha perdida por Jones. Na segunda ele empatou, como ficou decidido uma melhor de três era agora a decisão, parecia até bizarro visto de longe todos ao redor de uma maquina caça níquel esperando o vencedor. Enquanto o jogo era processado Tom também se aproximou agora, se eu fosse tão exagerado quanto Luu diria que a festa toda nos observava.
A máquina de Ana ameaçava parar e...
- Vivaaa! – Eu vi a garota que estava em meus braços pular na irmã. As duas comemoravam, até as bebidas haviam sido esquecidas.
E foi quando o pessoal se dispersava e só nós oito permanecíamos naquele canto que Lele se aproximou do grupo.
- Oi amiga. – Luisa riu para ela, se não a conhecesse bem diria que ela tinha bebido demais, mas não, a Luu era meio bêbada todo o tempo. Lele respondeu na mesma intensidade e o clima feliz, sim até o perdedor do Jones tava curtindo a desgraça, foi quebrado quando Harry falou numa voz arrogante:
- Cadê o seu amigo? – Pude ver Aninha dar uma cotovelada no braço do garoto, e se a situação não me parecesse tão tensa eu teria rido muito da cena.
- Ele teve que ir, compromissos amanha. – Ela deu de ombros sem encará-lo. O resto do grupo estava em silêncio.
- Nossa passou rápido né. – Aninha comentou olhando a hora em seu celular.

Luisa’s P.O.V.

- Eu não quero mais ficar aqui. – Tom falou pondo as mãos em bolsos que não existiam.
- Nem eu, essa festa ta um porre. – Harry comentou sem disfarçar o olhar para Lele.
- Pra casa é que eu não vou. – Danny respondeu rindo.
- Então nós podíamos ir todos juntos a algum lugar, o que acham? – foi a vez de Dougie sugerir, então todos começaram a falar no mesmo instante.
- Hey galere! – Ana chamou mais alto, podendo observar aos poucos a manada se calar. - Vamos organizar as idéias ai. – Mas alguns grasnados em concordância, e ela prosseguiu. – Que tal se falássemos um de cada vez? – Pediu e antes mesmo de terminar a frase Judd pegou o embalo.
- Vamos para outro lugar. – ele disse convicto com um tom que eu duvido que alguém se oponha.
- A gente podia ir a um Pub. – Paulinha deu a idéia, e mal terminou a frase as matracas estavam abertas novamente aprovando e complementando a idéia da morena, não me incluo fora desse grupo falador, eu mesma não fechava a boca.
Afinal ficou decidido, sairíamos da festa o mais rápido possível, pedido de Fletcher, acharíamos um Pub legal por perto onde íamos conversar apenas sobre assunto legais:
- E a gente tem uma coisa para contar para vocês! – Ana falou.
- Antes, no bar, conversando tivemos uma idéia muito boa...
- É sobre o que? – eu perguntei curiosa.
- Contem de uma vez. – Paulinha falou.
- Quando a gente tiver num lugar menos barulhento a gente fala. – Danny respondeu trocando olhares com Tom que parecia aflito em chegar até esse outro lugar. Deixando um ar de mistério no ar os dois não falaram mais uma palavra sobre isso.
Antes de deixar a festa para trás tivemos que achar alguma forma de desconversar todos que chegavam nos guys, e não eram poucos, pela primeira vez estavam todos juntos naquela noite, o que não faltava eram empresários, repórteres, e colegas vindo em nossa direção. Livres, leves e soltos saímos pela porta da frente, indo apé para a direita na calçada, foi idéia dos meninos deixarmos o carro no estacionamento, e a gente não se importou nem um pouquinho, o que nos fez parar antes de atravessarmos a rua não foi à lembrança de algo esquecido, alguém com calo no sapato, ou um automóvel em alta velocidade, foi uma voz, enfurecida que fez tanto eu quanto as oito pessoas ao meu redor pararem seus movimentos:
- O que você pensa que está fazendo Thomas? – Mesmo no escuro da noite reconheci Gio e seu vestido azul escuro. Momento de tensão até que o rosto de Tom passou da expressão “fodeu” para um sorrisinho sórdido.
- Saindo com os meus amigos, algo contra? – em sua voz era visível a raiva e a incompreensão.
- Você sabe muito bem a minha resposta. – ela falou desvairada se aproximando do grupo que assistia tudo em um silencio mórbido.
- E você já deveria saber muito bem o que eu acho dela. – Tom não se importou nem um pouco em provocar um barraco em plena rua.
- Thomas, por favor, não faça isso. – Gio se encontrava quase em lágrimas, suas emoções pareciam mudar a cada segundo, a cada olhar.
- Isso o que Gio? Afinal quem veio atrás de mim para me dar lição de moral? – ele também parecia magoado, magoado mais decidido.
- Você poderia ter um pouco mais respeito. – ela gritou.
- Nós já falamos sobre isso, sobre o porquê das minhas atitudes. – agora eu percebia por Tom queria fugir tão rápido da festa.
-Eu entendi. – ela disse treslouca. – Só não consigo compreender. – pude jurar que veria as palavras “deve ser por que você é burra” saírem da boca dele, não aconteceu mas as elas dançavam em seu olhar enraivecido.
- Hey gente, deu né, não aqui! – Dougie falou alto para ser ouvido no meio do conflito, colocando a mão sobre o ombro de Tom.
- Se você for com eles Thomas, você não pisa mais na nossa casa. – Gio falou determinada.
- Eu não quero mais pisar na [b]sua[/b] casa. – Depois da frase de efeito que chocou todos nós e ainda mais a sua até então intitulada namorada Tom atravessou a rua sem nem olhar para trás, e não esperou ser seguido, mas mesmo assim nós o fizemos.

Dougie’s P.O.V.

Ao acompanhar Tom para o outro lado deixamos para trás uma enorme roda que havia se formado com a gritaria, uma Gio chorona, e também vários flashs. Assim como comentários e sussurros podiam ser ouvidos. Não posso dizer que fiquei feliz em deixar minha amiga ali desolada, mas algo me dizia que ela não era a única que precisava de apoio e também que eu não era o único que me sentia assim, o silencio inédito que rondava o grupo e fazia o ar parecer um pouco mais pesado era perceptível, e ninguém tinha coragem de quebrá-lo, parecia inapropriado demais.
- A gente ainda vai ao Pub? – Danny pediu desconfortável, olhares de duvida foram trocados e quem respondeu foi o mais inesperado para fazê-lo.
- Mas é claro, esse é o plano original. – Fletcher disse, talvez as meninas não tenham percebido, mas era claro para nós que sua voz se encontrava embargada, mas ele não queria chorar. Ele também não queria receber perguntas, para Tom no momento seria mais fácil ignorar o acontecimento, ele precisava de tempo para processar, eu conheço meu amigo.
Não demorou muito para chegarmos ao estabelecimento, até que parecia aconchegante, o silencio ainda era a palavra crucial que descrevia o estado em que o grupo permanecia. Escolhida por costume e buscar privacidade uma mesa ao fundo, grande o suficiente onde todos puderam sentar e pedir alguma coisa.
Vi os olhos de Luisa encontrarem os meus em busca de apoio, era legível sua confusão e falta de conhecimento em como agir, eu apenas sorri e apertei sua mão, Tom ficaria bem, nem que eu tenha que ficar mal para fazer isso acontecer, e sabia que os meninos pensavam o mesmo, era fato.
- Ta demorando. – Jones reclamou pondo a mão na cabeça e abaixando na mesa.
- Vocês podiam aproveitar para falar à idéia que tiveram. – lembrou Aninha arrancando alguns sorrisos esperançosos.
- Sim, antes que me matem de curiosidade. – Lele comentou aleatoriamente, enquanto Ana e Danny trocavam olhares cúmplices.
- Fala você. – Ana jogou a batata para Jones que riu negando com a cabeça. – Ok eu falo. – Ela olhou para todos na mesa. – Nós pensando em talvez, se todo mundo quisesse é claro, juntar a galera, num dia que todos pudessem, e tivesse tempo, e com planejamento...
- Pensamos em sair para acampar. – ele completou a frase dela.
Preciso dizer que o auê foi geral?
- Aninha e Paulinha comentavam sobre barracas, Lele falava com Tom sobre uma experiência sua, Danny e Ana apenas observavam a cena e Judd continuava quieto num canto, Luisa se aproximou de mim e soltou um risinho, eu olhei para ela e esperei que ela falasse:
- Gosta de acampar? – ela me pediu manhosa. Assenti e depois complementei.
- Depende com quem, é claro, e onde, e em que estação...
- Que tal, comigo, no verão, em qualquer lugar. – Luu piscou e eu ri.
- Com você, fazendo qualquer coisa em qualquer estação em qualquer lugar. – eu disse rápido e ela me beijou, apenas selinhos, mas um seguido do outro e com um pouco mais de malícia que um selinho geralmente tinha.
- Podemos continuar? – Jones falou um pouco mais alto que o fuzuê. – Pensamos em final de semana que vem.
- O que? É tão perto. – Aninha comentou.
- Realmente vai ficar apertado pra arrumar tudo. – Judd concordou.
- Mas não temos nada marcado. – apontou Tom.
- Olha, a gente viu isso, as meninas não tem nada, pelo que disse a Ana, nós também não, Fletcher mesmo confirmou, e com o tempo a gente se ajeita.
- Podemos ver tudo, eu não terei muito o que fazer na semana, e o Jones disse que se prontifica a ir comigo ver essas coisas, e a gente informa para os outros.
- Podemos sair daqui sexta a noite, para ganhar mais tempo. – Danny completou.
- Eu topo. – Luisa foi a primeira a dizer e olhou risonha para mim.
- Dois. – levantei a mão, causando algumas gargalhadas na mesa.
- Beleza. – Tom disse rapidamente seguido por uma confirmação de Judd.
- É claro que eu vou também. – Paulinha falou e Aninha concordou. Todas as atenções foram viradas para Lele.
- Eu vou. – ela disse pensativa. – Com uma condição. – os olhares se voltaram para Harry, era obvio o clima tenso entre os dois. – O Ed vai junto. – como previsto o dono das sobrancelhas mutantes bufou e começou a negar com a cabeça. – Vai sim Harry, ele é um cara muito legal, e você deveria dar uma chance á ele, de conhecer ele. – ela falou a ultima frase para todos e nós concordamos, por mais que discordar de Judd era totalmente tenso, Lele tinha certa razão e ele ia perceber isso depois.
- Ta bom, mas se ele for como eu penso, alias como eu sei que ele é, não terá segundas chances. – foi a palavra final.

Luisa’s P.O.V.

Algumas horas depois, tínhamos muita coisa planejada e mais coisas ainda a se fazer, sairíamos em dois carros sexta feira a noite, seria usado o de Danny e de Tom, sendo os maiores, ficaríamos numa localidade afastada da cidade, mas com segurança e instalações devidas para civilização, um pouco menos de duas horas de viagem. Seriam duas barracas de quatro pessoas e uma para duas, muita comida, música, e eu mal podia esperar.
Novamente era quase de manhã quando deixamos o Pub e voltamos pela rua para o estacionamento da festa, haviam três carros lá, era um pouco obvio que Gio havia levado o de Tom, e isso fez a atmosfera de planejamentos sumir dando lugar a lembranças não muito boas do fim da festa.
- Fica lá em casa? – Dougie pediu e ele assentiu indo na frente até os carros. – Danny se leva a Ana? Agora não cabe mais todas no carro. – Falou quando Tom não estava mais no campo de audição.
- Beleza, mais alguém quer vir? – Aninha também foi no carro do Jones, e logo já estávamos em casa, eu acabei apagando no caminho, e só acordei quando Poynter tentava achar o jeito mais fácil para me pegar no colo e me levar para cima, sorte dele que eu não estava ferrada no sono, ou não acordaria nem que me deixassem cair na escada.
O tchau foi rápido e a promessa de nos vermos antes da viagem foi feita, Ana e Aninha já esperavam na porta do prédio, Danny se despediu também. Dormi por horas naquele domingo, e o assunto do outro dia foi a festa e suas conseqüências.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

22 – Essa vai ser uma noite para ser lembrada

Luisa’s P.O.V.

Sentamos todos numa mesa inicialmente, quando digo todos, falo de Dougie, Aninha, Paulinha, Ana, Harry, Lele e eu. Mas logo fomos nos dispersando, Ana foi até o bar ver se tinha algo bom para tomar. Aninha e Paulinha tinham ido procurar um banheiro. Harry e Dougie eram alugados por uns caras gordos e faladores. Enquanto eu e Lele dançávamos na pista. Danny se aproximou solitário de nós.
- Que fazem ai sem seus homens? – ele pediu.
- Dançamos oras. – eu respondi rindo.
- E as outras meninas? – ele perguntou gritando pelo volume da música.
- Depende, a Ana ta no bar. – quando eu terminei a primeira frase, e dei uma pausa para tomar fôlego e gritar a segunda Danny já não estava mais na minha frente. Eu ri e continuei a dançar com Lele. Que logo me abandonou quando avistou Ed, safadinha. Quando a gente ‘ta sozinho a gente dança bem menos e repara bem mais, fiquei olhando as pessoas, com seus vestidos bonitos e seus cabelos arrumados, algumas também olhavam para mim, e eu não sabia se era por ser a única sem ninguém na pista ou talvez pelo show que Dougie quis dar logo de entrada. Acho que era uma junção dos dois, ou eu estava ficando paranóica.
- Vai ficar ai sozinha a festa toda? – alguém me falou perto de meu ouvido me virei assustada. Era Dougie, suspirei sem sorrir e deixei que ele pegasse em minha cintura.
- Acho que sim, certo alguém me abandonou sabe. – fiz biquinho.
- Não posso acreditar quem seria o sem coração que faria isto com você?
- O nome dele é Dougie Poynter. – falei olhando em seus olhos azuis, tentando ver onde esta historia ia acabar.
- Eu vou acabar com esse cara, pode deixar. – eu ri e o beijei em agradecimento, ele riu mesmo com a boca colada na minha, fazendo cócegas em minha cintura.
Depois fomos nos sentar, falar das pessoas na pista era bem mais legal do que ser uma delas.

Dougie’s P.O.V. – in off

Danny saiu do meio das pessoas em direção ao bar, procurando uma cabeça castanho-clara de verde sentada em algum lugar, sorriu quando a encontrou e se aproximou.
- Vinho! – Ana falava como se fosse obviu. – Caipirinha de vinho! – ela apontou para o limão. – É tão difícil assim! – Danny sorriu um pouco mais, resolver ficar ali só pra ver como essa cena terminaria sem sua interrupção. – Em que país que eu fui me meter. – exclamou em uma língua, provavelmente português. Que tenho certeza que Danny não entendeu, por que bem, eu não entendi também.
- Moça, poderia explicar mais uma vez o seu pedido? – a garçom mais confuso que nós todos juntos pediu.
- Olha! Me da uma caipirinha normal mesmo já que você não entende. – ela falou abanando as mãos e suspirando assim que ele se virou.
- Você queria que ele te entendesse falando... português? – ela assentiu e ele se sentou.
- Não era pra ele entender a parte em português, só a outra. – eles riram.
- Caipirinha ein? – Danny levantou as sobrancelhas, #fail o Harry faz isso muito melhor.
- É, só pra passar o tédio. – Ana olhava para o balcão.
- Nossa a festa ta tão chata assim. – ele perguntou e ela arregalou os olhos.
- Não! Não foi isso que eu quis dizer, na verdade, eu...
- Ah achei que você concordasse comigo que essas coisas formais são uma chatice. – ele riu por ter feito-a ficar sem graça. – Prefiro uma cerveja e amigos, sem frescuras.
- Amigos e caipirinha. – ela completou e eles gargalharam.
- Não toma cerveja? – Danny perguntou chamando o garçom para ele também com a mão.
- Não exatamente. – Quando veio anotar o pedido de Danny o garçom trouxe junto o de Ana.
- Traz uma igual a dela. – ele pediu apontando para as mãos dele. Ana tomou e não pareceu satisfeita.
- Que foi? – Jones perguntou, talvez com receio de ter pedido a mesma coisa.
- Até eu faço uma caipirinha melhor.
- Você sabe fazer? – eu podia jurar que os olhinhos de meu amigo brilhavam.
- Aham, eu faço pra você um dia, e melhor faço uma de vinho. – ele riu pegando a dele, os dois começaram a conversar sobre o que poderiam fazer para reunir todo mundo de novo, já que aquele dia havia sido muito divertido. Até que Danny foi chamado para conversar com aqueles mesmo caras que estavam explicando coisas para mim e Harry antes.

Luisa’s P.O.V. in off

Tom caminhava sozinho pelo salão, havia pulado de roda em roda, havia dançado um pouco com alguns amigos, não tinha vontade de beber, também não sabia onde sua namorada se encontrava, Judd parecia irritado em um canto, Danny falava com Ana no bar, Dougie e eu riamos de algumas besteiras numa das mesa. Tom bufou mudando sua direção, virou bruscamente e acabou batendo em alguém, derrubou toda a bebida do copo da menina e olhou para baixo tentando ver quem tinha acertado.
Paulinha cambaleou com o copo longe do corpo tentando não sujar seu vestido e mirou Tom, talvez ele não tenha percebido, mas eu sei que agora o coração de Paula estava acelerado, e suas pernas tremiam, e seu rosto podia estar vermelho, quase roxo.
- Desculpa, desculpa, você ta bem? – Tom perguntou acudindo a garota sem saber por onde começar.
- To, eu nem me sujei. – ela deu um riso nervoso.
- Eu nem olhei pra trás antes de me virar, não deveria ter batido em você. – ele se desculpava pelo olhar.
- Não faz mal mesmo. – Tom sorriu, pensou em convida-la para dançar, pensou no que as pessoas falariam, pensou e desistiu.
- Que bom então. E desculpa. – ele deu um passo para frente e se pôs a andar, sem olhar nem para o rosto da menina, se sentiu mal por isso, mas sabia como reagir, nem o que fazer.
Continuou sua caminhada sem rumo, agora um pouco mais cauteloso. Foi quando em um grupo de garotas avistou a namorada, Gio caminhou até ele, o que não o deixou nada feliz, não queria falar com ela, nem vê-la, nem...
- Onde andou esse tempo todo? – ela falou e para ele pareceu soar extremamente irritante.
- Por ai, a festa é bem grande sabia. – Tom soou grosso.
- Não gosto que você ande com eles. – Gio falou meio aleatoriamente, apontando com o queixo para Harry e Lele que estavam um do lado do outro, eles pareciam discutir na verdade, mas nem Gio nem Tom prestaram atenção nisso.
- E eu não gosto quando você ACHA que pode mandar na minha vida. – ele respondeu ríspido.
- E você não deveria falar assim comigo. - a morena por sua vez demonstrou magoa sem se desfazer da pose arrogante.
- Por que? – Fletcher respondeu sem dar muita importância e se virou para deixá-la falando sozinha.
- Eu não sei o que aconteceu com você Thomas, esse não é você, não o Tom que eu conheci. – Gio cuspiu as palavras.
- Todos os meus atos, são uma resposta para os seus. – ele disse frio e saiu.

Dougie’s P.O.V. in off
- Ta gostando da festa? – Lele perguntou para Ed enquanto eles pegavam uma bebida no bar.
- Claro, muito bonito... tudo por aqui. – E isso me cheirou a indireta, nem vou comentar.
- É né. – Alessandra comentou sorrindo e tomando sua bebida. – Vamos dançar? – perguntou puxando Ed pela mão, ao invés de responder, ele sorriu e a conduziu para a pista, segurando em sua cintura firmemente, ela também sorriu. Estava na cara que rolava o maior clima entre eles, Ed dançava de forma que Lele se encaixasse perfeitamente ao seu corpo, e os dois curtiam o momento de olhos fechados... Percebi que também estava na cara que meu caro Judd não gostava nem um pouco disso. Do outro lado do salão Harry observava os dois com os olhos semi-serrados a algum tempo e fui uma surpresa quando ele foi até o casal pisando duro.
- Alessandra, posso falar com você um pouquinho? – O baterista pediu assim que chegou ao lado deles, não esperou por resposta, apenas pegou a prima pela mão e a puxou para longe do som.
- Hey Judd, não recebeu educação não? – Lele falou tirando seu braço das mãos do garoto.
- Recebi sim, só não to afim de usar. – Harry esquentadinho Judd respondeu soltando-a.
- Precisava ter me chamado agora? – ela perguntou desanimada.
- Precisava sim, antes que você desse pro cara no meio da pista? – Ele falou como se jogasse verdades na cara dela. Alessandra apenas escancarou a boca.
- Desse? Harry você tem noção do quanto está sendo ignorante? Eu não fiz nada com o Ed, oras mas e esse ciúmes agora, vem da onde? E Por que?
- Eu não acho legal você ficar se esfregando em caras em plena festa da gravadora Lele. – ele demonstrou impaciência.
- Ta bom então, vou ali me sentar naquela cadeira, cruzar os braços e esperar o senhor mandar o que eu deveria fazer. – a garota ironizou. – Poupe-me Judd.
- Eu não mando em você Lele, mas eu gostaria sim de um pouco de respeito. – ele falou ultrajado.
- Desculpa se te desapontei, mas não vou respeitar quem não é justo comigo. – Ela saiu pegando o copo em cima da mesa ali perto, bebeu todo o conteúdo e colocou em cima novamente. Depois foi até Ed que estava encostado no bar e começou a conversar com ele. Harry apenas olhou a cena de longe, raiva queimando em seus olhos.

Luisa’s P.O.V. in off

- Ta tudo bem ai? – Aninha chamou perto de Harry, ela estava sozinha e o viu sozinho também, resolveu se aproximar, ficou um pouco perto para ver se ele notava sua presença mas o garoto nem prestava atenção ao redor.
- Ah? Oi. – ele coçou a cabeça um pouco desconcertado.
- Oii. – ela sorriu daquele jeito simpático Aninha-de-ser.
- Ta sozinha por que? – ele respondeu um pouco no automático.
- Boa pergunta. – riu sem graça. – Acho que os outros tem coisas mais interessantes para fazer.
- Ou mais estressantes. – ele falou baixo.
- É ou isso. – ela concordou. – Aconteceu alguma coisa? – pediu sentando na mesa e ele fez o mesmo.
- Nada de importante. – Judd mente mal, muito mal.
- Olha Harry se não quiser compartilhar comigo eu não me importo. – ela falou sincera. – Mas mentir é feio garoto. – e depois divertida. Ele soltou uma risada seca.
- Na verdade é besteira, por isso.
- Besteira, pra te fazer ficar assim. – Ela apontou e ele assentiu.
- Crise de ciúmes, eu explodi. – ele admitiu.
- Da Lele? – ela perguntou, e o garoto assentiu. – Se você gosta dela não é besteira.
- Eu não sei... se gosto dela. Quer dizer eu gosto dela, mas eu não sei...
- A intensidade? – Aninha tentou ajudar.
- Exatamente, eu não entendo esse gostar. – ele falou largando os ombros.
- Vai ficar tudo bem, você vai ver. – A garota soltou suas famosas frases de motivação. Harry olhou para ela e passou um dos braços por cima de seus ombros num abraço desajeitado em forma de agradecimento, Aninha riu e eu tenho certeza que se derretia toda por dentro.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

21 – Você está pronto para a noite das noites?

Dougie’s P.O.V.

Sentei no sofá bufando, ainda faltava muito tempo para a festa, e eu já estava pronto, estava pronto a algum tempo aliás, depois de andar pela sala em círculos eu resolvi me sentar e ligar a televisão, as meninas deveriam estar longe de terem acabado de se arrumar então... Meu celular tocou no bolso traseiro, é o Harry quer ver? A bicha não vive sem mim:
- Alo! – eu falei parecendo mais animado do que realmente me encontrava.
- Oi Dougie. – ele disse não tão animado quanto eu aparentei.
- Que aconteceu? – pedi.
- Alessandra, ela ainda ta no quarto, sim, ainda a horas. – ele falou e eu não conti uma gargalhada. – Não ria, como se já não fosse muito eu ter dado meu cartão de credito para ela, as amiguinhas e a sua namorada comprarem roupas.
- Não fala isso, que eu sei que você gosta. – ele riu concordando. – Luu não é minha namorada.
- Ainda. – Harry me cortou antes que eu falasse a palavra.
- E nem sei quando vai ser. - falei me levantando do sofá e indo até a janela, chovia lá fora.
- Não seja dramático Poynter. – Harry falou, por mais que a frase seja ríspida, seu tom era de brincadeira. – Tom vai com a Gio?
- Deve ir, desde que ele deixou minha casa para voltar para a dele não tive muitas noticias, só sei que eles não estão as mil maravilhas, ainda estão brigando.
- Isso é que nem sabemos quando vai acabar. – ele falou suspirando.
- Realmente, sabe se o Danny vai levar alguém? – perguntei pensando que tirando o casal briguento, eu seria o único acompanhado, já que Lele e Harry estavam tão distantes um do outro que ela até havia convidado o Ed para ir.
- Acho que não, ele acha alguém lá. – Judd falou meio rindo de uma forma rabugenta, devo destacar que meu amigo não estava nem um pouco feliz com o encontro da prima, mas quem irá entender, se eles resolvem que ficar amigos é melhor e depois ficam emburrados.
- E você? – eu pedi cutucando a fera de vara curta.
- Eu sou de todo mundo. – ele brincou para afastar o assunto.
- Ta bom Judd, eu sei que você é meu. – brincar com os sentimentos do meu amigo era legal, mas até certo ponto.
- Eu não posso ser só seu Dougie, temos que dividir, eu te divido com a Luu e você me divide com o mundo ok? – explicou como se eu tivesse cinco anos de idade.
- Mas o mundo é muito maior que a Luu. – eu fiz birra.
- Qualquer um é maior que a Luu, por isso que vcs combinam. – Nós dois rimos.
Depois de mais algumas indiretas, e diretas sobre nosso relacionamento gay inexistente eu desliguei pronto para ir pegar as meninas, Judd continuou a reclamar de Lele, mas a essa altura do campeonato eu já havia desligado.
Segui com o meu carro pela rua chuvosa, a casa dela não era muito longe, talvez uns 15 minutos de carro, liguei o radio e tocava uma musica desconhecida de minha parte, comecei a devagar em minha mente sobre a festa, teria bastante gente importante, que não tinha a mínima importância para mim, mas teria os guys, e as meninas, e seria também meu primeiro encontro com Luu publicamente, deveria eu agir de forme diferente?

Luisa’s P.O.V.

Não sou muito do tipo que demora para me arrumar, mas quando está você, suas amigas e sua irmã, não tem como ser rápido, entre musicas, conversas e risadas, eu colocava uma peça de roupa, ou arrumava algo na minha cara, e isso complicou mesmo as coisas, mas em questão de algumas horas estávamos prontas, apenas esperando Dougie. Aninha usava um vestido estilo tubinho, tomara que caia e justo, com uma listra preta, um cinto básico embaixo do busto e verde. Ela calçava um scarpin preto de ponta arredondada. Paulinha por sua vez optou por um branco, um pouco acima do joelho, rodado, aberto nas costas e cruzado, alem de uma linda sandália branca também. Ana estava de verde, mas não como o da Aninha que era mais para o verde água, o dela era um verde meio terra, com sobreposições na barra, ficando mais armado, em cima era simples, nem decotado demais nem decotado de menos, nos pés ela calçava uma espécie de sandália fechada atrás, com fitinhas, preta. Eu, por minha vez, estava de cinza, meu vestido era curto e balone, acinturado, e na sua parte de cima tinha um trabalhado de pedras e paete, resolvi por uma sandália alta, meia pata e também prateada.
- Seu vestido é lindo Ana, mas eu não acredito que você o parcelou em cinco vezes no cartão. – Eu falei fingindo estar desolada. – Sem contar nos sapatos, isso vai sair caro.
- E você acha que eu ia aceitar que o Harry pagasse tudo para mim? – ela respondeu.
- Desse jeito faz a gente parecer umas interesseiras. – eu disse.
- Não, não é isso, mas vocês o conhecem a mais tempo, e, eu não me sentiria confortável.
- Hum, ele que quis, ou melhor, a Lele que quis, mas mesmo assim. – nós rimos.
- Acham que de branco eu não pareço indo para a virada do ano? – Paulinha perguntou se encarando no espelho do corredor.
- Claro que não pamonha. – Aninha respondeu usando o duplo sentindo do xingamento-apelido que nós tanto gostávamos.
- Mas é tão branco. – Paulinha rebateu.
- E eu to de verde oras. – Aninha falou como se fosse obvio, nós apenas rimos. O interfone tocou e eu levantei pulando do sofá na hora, minhas amigas riram um pouco mais da minha cara para variar, eu só revirei os olhos para elas.
Ao invés de Dougie subir, nós descemos, não estávamos atrasados nem nada, só pra poupar escadarias, é nosso prédio não tinha elevador, quem se importa.
- A chuva não estragou a chapinha de vocês? – ele falou quando entramos no carro sobre as poucas gotas que pegamos no caminho da porta até o automóvel.
- Eu nunca fiz um chapinha baixista. – Disse vendo minhas amigas entrarem pela porta de trás, e sentindo Dougie mexer no meu rabo de cavalo alto como se não acreditasse que nele não tivesse uma chapinha. – Só um pouco de creme e secador. – contei meu segredo a ele, que riu.
- Boa noite Ladies. – ele falou arrancando depois que as três estavam dentro, em segurança da chuva.
O silencio se instalou por algum tempo, quem o quebrou foi Ana.
- Ok, eu realmente acho que preciso fazer isso. – todos olhamos para ela, até mesmo Dougie, pelo retrovisor. – O que exatamente você quer com a minha irmã senhor Dougie Poynter. – ela falou num tom ameaçador, mas que todos sabíamos o quanto era falso.
- Nada que você não tenha visto num filme pornô. – ele disse em resposta, e sorriu maroto para mim.
Ana abriu a boca surpresa e soltou uma risada antes de que qualquer palavra saísse, Dougie tentou reparar a brincadeira:
- Não, mentira! Não farei nada que Luu não quiser. – ele completou olhando para ela agora.
- Eles vão mesmo fazer um pornô! - Paulinha falou alto seguida de gargalhadas.
- Acho que Dougie não vai se importar de fazer só o que a Luu quer. – Aninha também acusou a minha personalidade pervertida.
- Isso é na teoria, vocês não sabem na pratica. – Dougie comentou com pesar, um sorriso dançando em seus lábios.
- Ela aprendeu bem as lições né Luu? – Ana me pediu.
- Aprendi sim, seus bobos, vão falar da vida de outra pessoa ok. – eu disse rindo.
Nós chegamos ao local, eu acho, pois Dougie foi diminuindo a velocidade, e era possível ver as luzes e um local grande, decorado, parecia uma festa para mim. Dougie parou o carro, aonde um moço veio buscá-lo para estacionar, nós descemos numa parte já coberta, senti a mão de Dougie entrelaçar na minha, e olhei para as meninas nervosa. Do outro lado da entrada avistei Lele e Harry, ai meu deus, eu sabia do quanto era bonito o vestido de Lele, já que compramos juntas, mas ela ficou linda com aquele vestido branco, tomara-que-caia, de tecido simples com algumas dobras na horizontal, era curto e ela também usava uma meia-pata, mas esta era marrom.

Dougie’s P.O.V.

Judd e a prima vieram em nossa direção sorrindo, nós dois com certeza teríamos que esperar os dois patetas para tirar algumas fotos, ou talvez não, do outro lado Danny também se aproximava, e Tom vinha ao lado dele.
- O ultimo a chegar Poynter. – Comentou Jones sorrindo.
- Também com esse tanto de mulheres. – Brincou Harry olhando para as cinco que riam e conversavam.
- Alguns com tantos e outros com tão pouco. – Danny abriu os braços mostrando que não havia ninguém com ele.
- Não seja por isso, eu te empresto uma das minhas. – Eu brinquei.
- Elas estão realmente bonitas. – Ouvimos a voz de Tom atrás e abrimos a rodinha, só faltava ele. Procurei por Gio em seu pé, mas ela nem estava ali.
- Cadê a Gio? – Harry perguntou por mim.
- Conversando com alguém por ai, ela não gosta da sua prima Judd. – ele falou sem nem se importar com o que pensaríamos dela, se eu bem conheço Tom, ele faria de tudo para acobertar qualquer besteira que a namorada fizesse.
- Por que? – Harry pediu assustado.
- Ela é amiga da nova namorada do Dougie, Gio e Frankie não gostam das duas. – ele deu de ombros, eu fiz o mesmo. Reparamos na aglomeração ao nosso redor, e resolvemos deixar assuntos pessoais para depois. Eu nem por que tirar fotos em todos os eventos estamos quase sempre iguais, hoje talvez um pouco mais arrumados, mas nada que fizesse diferença, acho que as fãs nem sequer reparam em nossas roupas, a única coisa que muda é o cabelo.
Logo depois de acabarem com os flashes, mas antes que o hall da festa ficasse vazio eu fui buscar Luisa, se fosse para aparecer com ela publicamente, que seja então, publicamente.
- Oooi. – eu cheguei na rodinha das meninas. – Vou roubar a amiga de vocês um pouquinho.
- Que vamos fazer Dougie? – ela perguntou segurando minha mão insegura.
- Uma entrada triunfal. – eu falei rindo da cara dela, nos parei bem na porta, colocando minha mãe livre em sua cintura, e ficando de frente para Luisa que encarou meus olhos envergonhada. Mas quase sem pensar ela seguiu o plano, colocando as mãos em meu pescoço. Então eu a beijei como sempre fazia, e como sempre sentindo aquela coisa nova que nunca ficava velha. Ela soltou um risinho no meio do beijo, eu ainda segurava sua mão e resolvi cortar o momento antes que alguém nos acuse de atrapalharmos a passagem. Luisa estava toda vermelha de vergonha e eu ri segurando sua mão mais forte. Ela chamou as meninas com a mão antes de entrar, e então estávamos na festa.
A luz era baixa, a pista tinha fumaça de gelo seco, um pouco pequeno talvez para algum comunicado, mesas ao redor, o bar num canto, a decoração continha uma combinação de branco e verde. E muitas pessoas. Realmente tinha gente ali.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

20 - tempos como esses nós nunca esqueceremos

Luisa’s P.O.V.

Bom agora a gente só conversava, já passava na meia noite, e todo mundo se tratava como melhores amigos de tempos. Acho que era aquele clima de eles são melhores amigos, nós somos melhores amigas, e o sentimento de que conhecíamos aqueles caras desde longa data fazia tudo parecer mais intimo e divertido. Se fosse confidenciá-los uma coisa, diria que me sentia em uma fanfic, daquelas onde suas amigas e você vivem super aventuras do lado dos quatro caras mais perfeitos do mundo, era surreal.
Então alguém bateu na porta, eu me levantei instintivamente, aquilo era estranho ninguém chegava a porta sem passar pelo interfone. Dougie me segurou no lugar, falando algo como:
- Eu não vou deixar você sair. – e me abraçando forte, acho que ele bebeu demais.
Danny se levantou e foi até a porta, eu resolvi deixar, ele só ia atender mesmo. O garoto abriu a porta devagar, e eu pude ver pela primeira fresta uma mala, meio bege meio laranja, colorida, eu reconheceria aquela bolsa de longe, eu havia ajudado a escolhe-la, e ela pertencia a minha irmã.
- Ana! – levantei sobressaltada antes de Jones terminar de abrir a porta. Todos me olharam, Dougie até me soltou de susto, depois mudaram seu foco para a porta e eu acho que não foi boa idéia, por que quando ela foi aberta Ana deu de cara com oito pares de olhos a encarando.
Levantei-me para acudi-la por que sua expressão mostrava totalmente a confusão que deveria se passar em sua mente. E nem reparei quando praticamente todos eles haviam se levantado para cumprimentá-la, é claro que aquela altura do campeonato eles já sabia vinda da Ana, eu não parava de falar nisso, esquecendo o transtorno que teria em explicar a situação a ela, eu simplesmente esperei Danny dar um espaço para o lado e pulei para lhe abraçar, eu sentia tanta falta da minha família.
Ela retribui meu abraço, mas eu sabia que sua cabeça estava se movendo olhando para todos da sala.
- Por que tem clones dos mcguys na sua casa Lu? – ela perguntou baixo enquanto eu a convidava para entrar.
- Longa historia. – Depois do meu abraço ela cumprimentou todos da sala de um jeito surpresa como se não acreditasse, pedi a Danny que me ajudasse a levar as malas dela para o meu quarto, já que ele estava mais perto, e fui junto com os dois, precisava explicar algumas coisas.
- ‘Ta bom, agora da pra resumir sua longa historia, eu só quero entender alguma coisa. – ela falou rindo um pouco e olhando para as costas de Danny, ah minha irmã Jones estava aqui, eu queria abraçá-la de novo, mas me contentei.
- Eu conheci o Dougie, a gente começou a sair, eu conheci os outros guys, e hoje era um jeito de apresentar todo mundo, só faltava você, mas agora você ta aqui. – eu falei com os olhos brilhantes, há tanto tempo queria contar isso à ela.
- Você e Dougie juntos, ai meu deus. – ela falou rindo.
Chegamos ao quarto e eu mandei Danny deixar a bolsa ali, ele se virou para a nos duas rindo, e falou:
- Sua irmã não sabia de nada? – eu neguei com a cabeça e completei um pouco constrangida.
- Queria contar pessoalmente. – os dois assentiram. E eu falei:
- Vamos pra sala, ainda deve ter lasanha pra você. – apontei para Ana, e sai do quarto. Os dois deram de ombro sorrindo e me seguiram.
Na sala eles ainda conversavam de pé perto da porta, puxei Dougie pra perto de mim e falei pra galera voltar pro meio da sala, Ana pegou um pouco de lasanha e se juntou a nós, sentando ao meu lado e de Lele.
- Fala ai como foi a sua viagem. – Paulinha perguntou do outro lado da sala.
- É, que você fez? – eu pedi.
- Onde você tava? – Tom perguntou.
- Calma gente uma pergunta de cada vez. – Danny falou. E foi o bastante para coemçar a chover perguntas, claro que aquilo terminou em risadas de todas as partes.
Depois que a cambada se acalmou Ana contou um pouco da viagem, melhores momentos, e tudo mais... Ela tinha lidado melhor com o fato de conhecer os guys assim de surpresa, ou minha irmã tinha o psicológico mais preparado ou ia ter algum efeito retardado mais tarde.

Dougie’s P.O.V.

Mais para o fim da noite, ou começo do dia, deveria dizer? Nós todos estávamos jogados de alguma forma pela sala, vendo algum filme que eu nem sabia qual era na tv e morrendo de rir das piadas que um ou outro soltava sobre o estado deplorável dos nove jovens do cômodo. O clima só passou de engraçado ao extremo para tenso quando o celular de Tom começou a tocar, e ele olhou no visor transformando sua expressão, do bom para o ruim.
- É a Giovanna. – Me falou e eu o olhei incentivando a atender.
- Que aconteceu? – Luisa me perguntou. Eu dei de ombros, não sabia direito, não queria passar informação errada.
De primeiro momento nós ficamos quietos, para não atrapalhar, mas depois ninguém mais se segurou e começou a conversar, Tom também não pareceu se importar, então a gente continuou normalmente, eu às vezes olhava, para Tom nem ter me contado direito deveria ser algo serio. E simplesmente do nada, pudemos ouvir do outro lado da linha gritos, e Tom respondendo com mais gritos, as meninas pararam de conversar, Danny parou de cantar, Harry parou de grunir e eu parei de enxer o saco de Luisa para olharmos a cena:
- Eu não importo, e eu não quero mais falar sobre isso. – Tom gritou ao telefone e do outro lado Gio respondeu.
- Ah você não se importa por que não é com você não é mesmo? Não quer mais falar? Como pode ser tão egoísta Thomas? – Tom olhou irritado para o nada.
- Eu não sou egoísta, você que é paranóica! – e ao dizer isto ele tirou o telefone do ouvido e desligou. Encarou nossos olhares perplexos.
- Ainda está de pé eu dormir na sua casa Dougie? – me perguntou constrangido, eu assenti, o silencio tomou conta, Harry tentou descontrair falando:
- E ai quem quer mais pipoca? – pondo a mão no pote e jogando um pouco na cara de Lele e Aninha.
- Que aconteceu cara? – Danny perguntou preocupado, eu assenti novamente, e Harry parou de brigar com as duas para prestar atenção também. Na verdade todo mundo prestava atenção.
- A Gio ‘ta noiada, fica vendo coisa onde não tem, a gente brigou hoje mais cedo, e agora ela veio cobrar que eu ainda não to em casa, então, como vocês viram a gente brigou de novo. - A cara de enterro foi geral, e o primeiro a quebrar o silencio fui eu mesmo:
- Acho que já ta tarde mesmo, a gente deveria ir, deu de incomodarmos as meninas. – eu falei batendo na perna de Luu, e me levantando.
- É vamos. – Tom falou, ele havia ficado totalmente desconfortável depois da ligação.
- Heeey. – Luisa gemeu tentando me puxar pra baixo.
- A gente vai, mas a gente volta. – Danny brincou para consola-la.
- Por que vocês não as convidam para aquela festa lá? – Lele falou sacudindo o braço de Harry. E a olhei irritado, eu ia convidar Luisa, mas ia ser de uma maneira especial, por que seria nossa primeira aparição publica oficial, Lele estraga prazeres.
- É uma idéia! – Danny falou rindo. E olhei para ele também, parem de estar meus planos, eu ainda tinha esperanças dela não ter ouvido Lele. Antes que a coisa ficasse mais difícil de controlar eu me virei para Luisa e falei:
- Você vai na festa comigo né? – ela piscou duas vezes, sorriu e me abraçou. – Eu ia te convidar de uma forma bem mais legal, mas essa gente acabou com os meus planos. – falei em seu ouvido. Ela riu baixo.
- Eu adorei esse jeito. – então eu não agüentei e a beijei, havíamos ficado sem nos beijar desde àquela hora quando nos interromperam no quarto, foi um beijo simples, como em câmera lenta, minhas mãos pousavam sua cintura e as dela meu pescoço.
- Pombinhos, a gente não tava indo não? – Judd falou me cutucando, eu soltei Luu, e fiz careta pra ele.
- Quando é a festa? – Ana perguntou.
- Sexta feira. É uma festa da gravadora, vocês vão gostar. – Tom respondeu.
- Eu passo pra pegar vocês. – falei pensando em que, nem se tivessem o endereço as meninas tinham como ir a festa.
- Que tipo de traje? – Aninha perguntou.
- Social. – Lele respondeu pela gente, ela parecia bem animada com isso.
Depois das despedidas, Tom e eu fomos para casa comentando a noite, ele falava de tudo, menos da parte onde Gio apareceu, ou melhor, ligou.
Tom ia dormir no sofá da sala, mas teve que dividir a cama comigo, por que o sol já estava nascendo quando chegamos em casa, e a sacada da sala não tem cortina, sorte que amanha, digo, hoje, é domingo.

Luisa’s P.O.V.

Os meninos queriam ficar para ajudar com a bagunça, mas a nós não deixamos, dormir agora? Nem pensar, e ter algo pra fazer enquanto conversamos seria bom.
- Ai meu deus! – Aninha falou se jogando no sofá.
- Nada de sentar garota, a gente tem muita coisa pra juntar, arrumar, lavar, secar, guardar.
- Lu, são quase sete da manhã, a gente podia fazer isso, mais tarde né. – Paula falou já coçando os olhos.
- Nem que quisesse eu conseguiria dormir agora. – Ana falou levando uma remessa de copos para a cozinha.
- Nem eu. – concordou Aninha a seguindo com mais alguns.
- Acorda pamonha, a gente dorme mais tarde. – falei batendo de leve nela e lhe entregando uma vassoura.
- E daí quando eu vi Danny Jones abrindo a porta eu pensei que tinha errado de endereço e batido no céu. – Ana narrava a história por seu ponto de vista e nós ouvíamos em silêncio.
- E que foi aquele beijo ein? – Aninha alfinetou. Eu ri, mas não respondi.
- Vocês acham que a coisa com a Gio é seria? Tom parecia mal. – Paulinha comentou olhando para baixo.
- É tão estranho falar deles assim, com vocês, como se fosse real, na verdade é real. – eu falei me dando conta disso.
- Mas você já não os conhecia antes delas Luu? – Ana perguntou confusa.
- Já, mas não era a mesma coisa, agora parece verdade, ou talvez pareça mais mentira do que antes, eu não sei. – Falei rindo
- Pra mim parece um sonho. – Aninha comentou e as outras duas assentiram.
- Luu, a Lele e o Harry têm alguma coisa? – Paulinha me perguntou.
- Eles tinham, não sei se tem mais. – Falei olhando para minha amiga Judd com duvida no olhar, mas Aninha retribuiu com confiança, eu sorri.
- Nossa, eu não imaginei que eles fossem tão legais de verdade. – Ana comentou rindo.
- Eles são demais. – Pamonha falou e suspirou.
- Gente, com que roupa a gente vai na tal festa? – eu perguntei. – Eu quero um vestido novo. Temos que ir as compras. – Sentenciei antes que elas respondessem. O alvoroço foi geral, e ficou combinado que sairíamos quarta feira a noite para vermos roupas. Depois de tudo arrumado, Ana ia dormir no colchão extra do meu quarto, e assim nós fomos, depois de tomar café da manhã, dormir um pouco.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

19 – Nada realmente importa, nada realmente importa mesmo

Luisa’s P.OV.

- Ok, no que você precisa de ajuda Lulis? –Aninha entrou na cozinha, estava realmente bonita, então antes de responder eu elogiei.
- Ai que gatinha! – falei rindo. – Bom, pelas minhas contas no jantar vamos estar em... – fiquei em silencio para contar. – Sete, eu pensei em fazer uma lasanha.
- Me parece gostoso. – Ela já começou a arregaçar as mangas.
- Não quero que você se suje Aninha.
- E eu não quero que você esteja desarrumada quando os mcgostosos chegarem. Vai lá Luu, eu cuido de tudo por aqui agora.
- E a Paulinha? – eu pedi, afinal casa com um só banheiro é foda.
- Já ta se arrumando no quarto. Relaxa. – ela aconselhou pegando as receitas que eu havia deixado em cima da mesa.
- E tem como? Vai ser muito especial. – comentei com os olhos brilhando, ela concordou. – Pena a Ana. – eu disse sentindo uma pontada de tristeza.
- É... – Aninha me olhou com o canto do olho.
- Mas sabe, era o único dia que os guys podiam essa semana, e eu sinto que já adiei isso demais. Além do mais o Dougie tem razão, não precisa ser a primeira e última vez que a gente sai juntos. Né? – comentei precisando que alguém concordasse comigo.
- Claro, claro cherry. Não se preocupa com isso, ela não vai ficar brava com você.
- ‘Ce acha? – perguntei insegura.
- Tenho certeza. Agora vai lá senhora Poynter. – ela me empurrou cozinha a fora.
Passei por Paulinha no corredor andando toda feliz com os cabelos molhados.
- Quanta felicidade pra uma Fletcher só, e ele nem vem.
- Mesmo assim oras, vou conhecer os outros mcmoscas. – ela falou erguendo o queixo. - Só por que ele prefere ficar com a namorada dele a jantar com as mais divas não quer dizer que eu deva ficar triste. – ela disse brincando.
- Não é que ele prefere Paah, ele não pode vir. – eu expliquei, eu sabia que ela já sabia, mas me sentia culpada por ele não vir. Não sei explicar.
- Tudo bem Lu, eu tava brincando, vou lá ver a Aninha trabalhar. – ela me mandou beijos no ar e saiu.
Corri até o banheiro, precisava me arrumar rápido, Dougie seria o primeiro a chegar e eu ainda queria ajudar a fazer a sobremesa.

Dougie’s P.O.V.

Chequei se não faltava nada antes sair, quando meu celular começou a tocar no meu quarto, ops acho que esqueci dele. Corri até lá e atendi eufórico, nem olhei no visor, mas suspeitava que fosse Luu me pedindo alguma coisa:
- Aloo. – falei.
- Dougie. – não era a voz de Lu, era a voz do Tom. – Aquele jantar que você e os meninos estavam combinando, era hoje?
- Era sim Fletcher. – eu falei pensando que já poderia estar lá.
- Que horas? – Ele pediu.
- Bom, a gente marcou pras 7, mas eu já tava saindo sabe, pra chegar antes.
- Ah sim. Eu poderia ir com você? – Fiquei em silencio por alguns segundos, me pegou de surpresa.
- É claro Tom, mas...
- Não vai mesmo incomodar? – ele me cortou.
- Não, elas vão adorar você lá Fletcher. Mas por que? Assim, que aconteceu?
- Te conto quando chegar ai, e você me espera? Daí a gente vai juntos.
- Ok, eu aproveito e aviso a Luu que você vai.
- Ta, já estou saindo. – e eu ouvi dar partida no carro, então ele estava pronto para sair, nem em casa estava. Isso era estranho, muito estranho. Disquei o numero de Luu no telefone, mas ninguém entendeu, bom expulsar Tom de sua casa ela não faria, então... Sentei esperando o loiro aguado chegar, o que não demorou muito, me apressei a sair também, afinal já estávamos atrasados:
- Vamos no meu carro, depois eu te deixo em casa. – Ele falou quando me viu, me escorei no vidro.
- Eu posso demorar. – avisei.
- No momento eu não me importo, ia pedir pra dormir aqui mesmo.
- Mas que aconteceu Thomas? – eu perguntei entrando no carro.
- Eu e a Gio brigamos. – ele falou me pedindo informações do caminho com as mãos.
- Ah sim, isso eu já imaginava. Mas por que?
- Ah, ela começou a me acusar sem motivos, tava de cabeça quente, me irritei, e falei coisas sem sentidos pra ela também, aí que ela me expulsou de casa.
- O que?! – tudo bem que briga de casal é normal, mas expulsar de casa é demais.
- Sabe ela tem razão, eu não deveria ter falado algumas coisas.
- Hum, mas ah cara, e vocês não podiam ter se entendido?
- Podia, mas eu preferi esfriar a cabeça, não to a fim de voltar lá. Mas esquece isso, e nem fala pros outros guys, não agora, não quero que seu jantar vire um “ajude o Tom”.
- Beleza. – eu ri por dentro da expressão ‘seu jantar’, mas preferi ficar quieto.

Luisa’s P.O.V.

Dougie já estava atrasado, e isso me deixou um pouco preocupada, não que eu devesse ficar, mas bom, eu fico preocupada com tudo. Agora Paulinha colocava a mesa e eu lavava os últimos talheres que faltavam. A lasanha estava pronta, e a torta de bolacha para sobremesa também. Eu ainda queria que Ana estivesse aqui, mas ela vai conhecer os guys, certeza. Enquanto afofava as almofadas do sofá o interfone tocou. Corri:
- Quem é? – perguntei.
- Advinha.
- Vai se foder Poynter. – falei rindo e ouvi uma risada ao fundo.
- Quem ta junto? – pedi.
- O Tom. – ele respondeu e eu gelei.
- Ai meu deus, o Tom veio. – falei para Paulinha ouvir, ela levantou a cabeça e me olhou com os olhos esbugalhados.
- Agora deixa a gente subir Luu. – Dougie me acordou pra vida e eu apertei o botão rindo.
- Tom ta vindo. – cantarolei passando por Paula e rindo junto Aninha na cozinha.
Abri a porta e deixei os dois entrarem, cumprimentando-os com um beijo. Tom foi muito simpático com as meninas, e também não foi preciso de muito para que a conversa rolasse solta, ele se divertia pedindo coisas sobre o Brasil e contando o que achava de lá, e é claro que as duas estavam maravilhadas, ok não é como se eu também não estivesse, mas disso o Dougie não pode saber.
- Hey baixista. – eu chamei Dougie para que ele me olhasse. – Vem cá. – Me levantei e o levei até o quarto. Ele me seguiu quieto, eu sabia que ele estava reparando em cada detalhe, até ali não tinha me tocado que ele nunca havia passado da sala.
Entramos na ultima porta do corredor, e ele ficou parado na porta olhando.
- Dougie! Entra! – eu disse rindo.
- Ah, eu também quero uma foto desse tamanho de você no meu quarto. – ele disse apontando para o poster grande dele na parede.
- Ixi, não tem como. – eu falei com cara de ‘fodeu’.
- Ah você vai ter que arranjar pra mim. – ele foi manhoso e se aproximou de mim pouco a pouco.
- E por acaso foi você que me arranjou aquele ali? – eu pedi me afastando de seus braços.
- Não... Luu por que você me chamou aqui? – ele pediu rindo e vindo atrás de mim.
- Eu tava com saudades né, falar ao telefone não tem graça. – ele sorriu e chegou mais perto colocando a cabeça em meu pescoço.
- Aiin, desculpa minha pequena, eu queria ter mais tempo para você.
- E deixar de ser superocupado como superstar? Nunca. – ele riu mais alto, me abraçando e soprando em meu ouvido.
A coisa ia ficar boa quando ouvimos o interfone de novo e Paulinha gritou
“Atende Luisa!” Dougie bufou e eu ri um pouco, me soltando do seu abraço e andando até a sala.
- Quem? – falei.
- A Lele, o Hazz e o Danny Jones. – Alessandra falou do outro lado.
- Ahn não podem entrar. – falei.
- Por que?! – ela disse ultrajada.
- Por que eu não gosto da que se chama Lele. – disse fazendo pouco caso do nome.
- Mas eu sei que você gosta dos outros dois, abre ai Lu. – Harry falou rindo. Então eu abri. Pude ouvir Lele reclamando de alguma coisa do outro lado, mas ela sabe que eu amo ela.
Eles subiram, enquanto eu e Aninha colocávamos a mesa, Paulinha conversava com Tom no sofá e Dougie os esperava na porta, muitos cumprimentos se seguiram até que todos estavam bem apresentados e conhecidos, por incrível que pareça o mais engraçado foi ver as meninas conhecendo a Lele e se juntando para falar mal de mim.
- Olha Dougie, olha que elas tão fazendo. – eu disse desolada, apontando para as meninas. Ele só riu e eu gritei para elas, meninos ainda estavam um pouco deslocados.
- Fiquem quietas gralhas, vamos comer. – eu chamei as três, o que só as fez virarem a falarem mais mal de mim ainda. Claro só pra me irritar.

Dougie’s P.O.V.

Estávamos todos assistindo aquela pequena cena onde garotas falavam alto e riam de jeito estranho, a coisa ficou pior quando Luisa se juntou a elas. Quando elas resolveram que era hora de comer vieram até a mesa e a primeira a se pronunciar foi Luisa.
- Temo um problema. – ela falou, problema? Que problema? E não sabia de nenhum problema.
- Que foi Lu? – Eu perguntei.
- Não cabe todo mundo numa mesa só. Ela é um pouco pequena. – Luu parecia envergonhada. – Mas tudo bem, a gente come na sala. – ela apontou para si mesma e para as meninas.
- Mas que graça teria assim? – Tom perguntou.
- É, o legal é ficar todo mundo junto. – eu disse, abraçando ela.
- E se comêssemos todos na sala? – Danny falou e todo mundo pareceu concordar.
- Eu acho uma boa idéia. – Harry agora falava.
- Ok problema resolvido. – beijei a testa de Luu e fui me servir.
Todos se serviram, e quando vimos estávamos sentados em roda no chão, comendo uma lasanha deliciosa, rindo de besteiras e tentando falar mais alto que o som da tv, a casa tava uma bagunça mas pelo menos todos se divertiam.

sábado, 23 de janeiro de 2010

18 – Então por que os tolos se apaixonam?

Luisa’s P.O.V.

Eu estava indo encontrar Dougie, e por que mesmo? Ah sim, por que eu estava tentando não ser dramática e não me importar que ele tenha me deixado muito triste quando falou pra todo mundo que estava, como mesmo? Solteiríssimo.
Bufei sozinha na rua, chegando ao parque e sentando num banco, tentando procurar por Dougie apenas com os olhos.
Nada de Dougie na direita, nada de Dougie na esquerda. Foi quando eu olhei para frente e o vi andando, tão lindo, me reprimi por esse pensamento. Ele sorriu, eu não o fiz de volta.
Ele se sentou, continuei olhando para frente, ele me encarou, eu não o encarei. Eu estava tentando não fazer drama, mas isso não diminuía o fato de que eu estava com raiva, e não me faria trata-lo bem.
- Oi. – Dougie disse e eu o olhei fria, sua cara se retorceu em uma careta.
- Oi. – falei voltando a olhar para frente.
- Tudo bem? – que merda de conversa é essa, é claro que não ta tudo bem. Eu assenti. – Luu, você ficou chateada com o que eu falei ontem no programa? – ele perguntou, eu pensei bem.
- Chateada não é bem a palavra.
- Qual é então? – ele perguntou. Eu não queria responder.
- Que diferença vai fazer? – pedi, eu sabia que estava insistindo no desastre e isso não ajudava a melhorar nossa situação, mas no momento eu queria fazer Dougie ficar tão mal quanto ele me deixou.
- Muita, assim a gente pode conversar. – Ah por que ele estava tão calmo.
- Bom, já que você é um cara “solteiríssimo” acho que a gente não precisa conversar. – Eu me odiava a cada segundo por estar fazendo isso, mas eu sou burra, e sempre faço.
- Eu posso explicar o que aquelas palavras querem dizer. – ele falou e eu soltei uma risada cínica fazendo minha maior cara de bruxa.
- Pode, mas quem disse que eu quero ouvir? – perguntei me arrependo, mas ainda assim firme na pose de quem não se importa.

Dougie’s P.O.V.

Ela não estava tentando ajudar a resolver, e eu não fazia ideia de como faze-lá mudar essa atitude.
- Se não quisesse não teria vindo. – rebati no mesmo tom, fazendo ela me olhar um pouco assustada, pelo menos aquela cara falsa saiu de sua face.
- Você não sabe o que eu quero. – falou ofendida.
- Luisa, a gente podia parar com esse joguinho? – eu falei cansado. – Eu vim aqui pra falar com a Luu, não com essa menina sentada ai, tentando parecer algo que não é.
- Você ao menos sabe quem eu sou? – ela falou arrogante.
- Sei que você não é isso ai. – eu disse começando a me irritar.
- Que você queria explicar? – ela pediu sem me encarar.
- Eu queria falar sobre ontem, na entrevista. – tentei parecer paciente.
- Hum. – ela foi grossa e eu realmente me irritei, era difícil alguém me irritar, mas Luisa conseguiu.
- É, eu ia falar de ontem, mas como eu posso explicar alguma coisa, se você me deixa mais confuso do que tudo! – explodi
- Você ta colocando a culpa em mim Dougie? Eu que sai por ai falando que to sozinha? – ela me acusou, o sangue subiu à minha cabeça.
- Eu não saí por ai falando. – respondi raivoso. – Como eu posso saber o que você quer? Como eu vou te entender garota.
- O que? – ela disse mais confusa que eu.
- É, porra, achei que você não quisesse assumir nada, merda, por causa do seu medo de fãs... e que cú. – acho que exagerei nos xingamentos.
- Então a culpa foi minha, só por que eu fui sincera contigo. – ela ainda falava desse jeito irritante de tentar dizer que eu estava tentando por a culpa nela.
- Eu não disse isso. Merda.
- Para de xingar Dougie. – ela falou se fazendo de coitada.
- Eu só disse que, eu tentei fazer a coisa certa falando aquilo.
- Desculpa, mas você fez errado.
- Quer parar de falar desse jeito Luisa. – eu falei quase gritando.
- Você não manda em mim. – ela falou no mesmo tom que eu, acho melhor a gente parar de gritar no meio da rua, já estava todo mundo olhando.
- Eu não mando em você, eu não sei quem você é, o que eu sou seu mesmo? – falei irritado, e pensar que eu nem lembrava por tinha ido ali.
- Pelo jeito nada, já que você está SOLTEIRISSIMO. – ela jogou na minha cara.
- Eu não estou solteiríssimo ok, Não estou. Eu estou com você. – era muito estranho falar aquilo no meio de uma briga, mas de todas as minhas palavras essas foram as únicas que fizeram sentido.
- Então, por que? – pela primeira vez eu vi a frieza ir embora e o verdadeiro olhar de Luisa tomar conta, este era triste e magoado, ela parecia ter cansado de se fazer de forte e má.
- Por que eu fiquei com medo, de você achar algo que não deveria. Como que eu era apressado demais, ou as fãs. – eu falei como se desistisse de tudo. – Eu estava entre a cruz e a espada. Ou falava que tava com você, sem nem ao menos ter conversado com você, ou falava que estava sozinho, para saírem do meu pé. – disse de uma vez, se ela falasse alguma coisa talvez eu perdesse a coragem.
- E como você pensou que eu me sentiria? – ela adorava fazer perguntas não é mesmo? Nunca falava as coisas completas.
- Na verdade, eu tentei não pensar nisso. – respondi, ela ainda não sorria, mas parecia ter parado de tentar me irritar.
- E você acha que isso não me magoou? – ela falou olhando para baixo.
- Claro, por isso eu pedi se você queria vir aqui. Pra falar contigo. – eu expliquei, ela definitivamente não gostava de ficar sem argumentos. – Mas sinceramente, você prefere fazer um estardalhaço à dizer que ficou magoada. Até mesmo agora não disse. – eu falei apontando, mas enquanto ela ficasse quieta eu sabia que tinha razão.

Luisa’s P.O.V.

Talvez se Dougie parasse de falar tantas verdades eu ficaria um pouco mais feliz. Eu pensei em falar “estou magoada, feliz?” daquele jeito ridículo, mas do que ia adiantar?
Eu apenas olhei para ele, e acho que ele entendeu meu recado. Chegando mais perto e encostando seu nariz no meu, depois seus lábios nos meus, ele gostava de fazer esse suspense sempre, mas valia a pena quando o beijo finalmente começava, e eu sentia aquelas cócegas bobas, então ele passava sua mão por meu corpo e as cócegas se concentravam onde ele tocava, ai parecia que todo meu corpo lutava para ficar perto do dele, e para encontrar mais ar, para nunca acabar com aquele momento, mas ele sempre tinha que acabar.
- Você me perdoa? – Dougie pediu com a boca colada à minha.
- Só se você me perdoar também. – eu disse corando.
- Mas só pra não acontecer de novo... Que você quer que eu fale se me perguntarem novamente? – ele perguntou e eu pensei.
- Você pode dizer o que quiser baixista. – eu falei pensando que tentando não dramatizar, acabei dramatizando mais ainda, sorte minha que Dougie não desistira quando eu resolvi que ser amarga era a melhor saída.
- Se a gente tivesse num momento mais propicio, eu te pediria em namoro. – ele disse e eu senti meu chão sumir, aquilo era fofo, era muito fofo, isso não é justo.
- Eu aceitaria em qualquer lugar. – falei rindo.
- Você não acha cedo? – perguntou e eu ponderei.
- Talvez. – deixei no ar.
- Eu falei com os meninos do jantar. – ele começou me abraçando por trás e deixando eu deitar minha cabeça em seu ombro.
- E ai? – pedi.
- Eles querem saber o local, data e hora. – eu ri.
- Pode ser lá em casa, a noite, só depende da Ana, mas ela me disse que ta em Paris e chega semana que vem.
- Ok. – ele respondeu.
Ficamos em silencio, eu acho que não queria mais voltar no tempo.

17 – Mas dessa vez foram suas palavras que me mataram

Luisa’s P.O.V.

Sentei-me no sofá já com o pijama vestido, era sábado a noite e meus planos seriam ver tv e comer brigadeiro até não caber mais. Vi as meninas me olhando de modo estranho:
- Luu, você não ia sair com o Dougie hoje? – Aninha me perguntou e eu a olhei desanimada.
- Disse bem, ia. Hoje eles vão participar de um programa de tv, Dougie me falou pra assistir, quer ver comigo?
- Claro, vou chamar a pamonha também, pra ver o Tomtom dela. – Aninha disse e saiu.
As duas logo voltaram. O programa ainda não tinha começado então eu fiquei trocando de canais já que nada me parecia bom o suficiente.

Dougie’s P.O.V.

- Então estamos aqui com o MCFLY! – O apresentador chamou e nós entramos sorrindo e acenando. Sentamos nos sofás que tinham ali no estúdio enquanto a platéia aplaudia e gritava, pensava se Luisa estava assistindo agora, bem que ela podia fazer parte daquela platéia ali, a entrevista começou, eu prestava meia atenção, eles nunca faziam perguntas para mim mesmo, e quando faziam para o grupo todo Tom ou Danny respondiam de boa, eu não tinha com o que me preocupar, chegou na metade e eu ainda não tinha dito nada, foi aí que o apresentador resolveu que seria divertido saber a opinião de todos sobre as coisas, e depois ele achou divertido perguntar sobre a vida pessoal de todos, e eu não achei essa parte nada divertida, na verdade aquela noite não estava mesmo sendo muito divertida:
- E agora a pergunta que não quer calar, e que todos querem saber... – ele fez mistério. – Como vão os corações dos Mcflys?
Tom riu, ele sempre respondia essa pergunta da mesma forma.
- Sou comprometido. – e depois ele sorria para a câmera, de modo convincente. Por ordem era vez de Danny, eu tentava fazer minha mente pensar rápido no que dizer, de alguma forma eu sabia que ia acabar tendo que responder essa pergunta mesmo sem saber a resposta, eu só estava tentando não pensar nesse momento.
- Há, solteiro sempre, sozinho nunca. – Danny respondeu com o seu tom mais cafajeste, todos riram, eu ainda pensava, dizer que estou com Luu. Namorando? Ficando? Saindo? Como eu poderia nos classificar? E se o fizesse que ela pensaria? Eu não seria o senhor apressadinho? E se Lu nem quiser algo serio comigo e eu já estiver classificando ela e saindo falando pra Deus e o mundo que a gente ta junto... Não sei, só sei que preciso saber... e logo.
- O meu coração? – Harry pediu. – Ta batendo. – mas risadas e mais nervoso da minha parte, Luu tinha medo das fãs, e se eu falasse, e as fãs caíssem em cima dela, e se as fãs nos afastassem... Todos me olhavam agora, eu sorri amarelo e falei simplesmente:
- Solteiríssimo. – pude ver os três garotos ao meu lado normalmente chamados de colegas de banda me olhando assustados, então as garotas gritando nos seus lugares.

Luisa’s P.O.V.

Parei, parei de pensar, parei de respirar, e esperei as palavras entrarem em minha mente, depois delas o primeiro pensamento foi “Mentiroso” e único, ai eu fui tomada por uma surpresa, me levantei do sofá ciente de que as outras duas garotas me encaravam, eu dei ás costas a elas, entrei em meu quarto e fechei a porta, naquele momento eu não queria ver ninguém, só queria entender a confusão de sentimentos negativos que se passavam em mim. Sabe eu nunca fui de falar de quem eu gostava pra as pessoas, para no caso de que elas um dia quebrassem meu coração, eu poder ficar triste e na minha, e assim saber que ninguém sentiria pena de mim, ou qualquer coisa parecida, agora, sempre falei do quanto eu gostava de Dougie por que pensava que ele nunca pudesse realmente quebrar meu coração, antes de conhece-lo é claro, e depois também por que ele... ele me tratava tão bem...
O mais engraçado era o fato de que eu ficaria triste e possessa de ouvir que Dougie estava com alguém, mas dessa vez ouvir o contrario foi o que me machucou, mais do que saber que ele pegava milhares ao mesmo tempo.
Mas o que eu queria afinal? O que a gente tinha afinal? Nada. Ele tinha razão, então ... Uma certeza se passava em minha mente, agora a gente não tinha extremamente nada. Dougie foi capaz de acabar com algo que nem começou direito, melhor assim, imagina se por acaso nosso caso virasse publico e além das poucas pessoas que sabiam me olharem daquele jeito ridículo eu teria que aturar todas as fãs tomando partido da nossa relação. No momento eu queria apenas odiar Dougie, eu sentia a raiva passando por mim, raiva... raiva por me fazer me sentir inferior, raiva por me fazer acreditar em algo que não existia, raiva por que eu sabia no fundo que a magoa era grande demais, mas eu nunca admitira, preferia ficar com a raiva, um sentimento pelo menos digno, eu não ia aceitar que estava mal com aquilo, definitivamente não.
As meninas tentaram conversar comigo, mas eu não quis responder. Lele também me ligou, mas eu não queria ouvir pessoas falando, tentando explicar, eu queria só... Poder voltar no tempo e nunca ter visto aquela entrevista.

Dougie’s P.O.V.

Quando a entrevista acabou, nós fomos para a Van eu tentava não encarar os garotos, mas eles me olhavam esperando uma resposta, o que eu responderia? já ocupava minha cabeça demais pensando em como explicar isso para Luu.
- Dougie. – Harry segurou meu ombro. – Você e a Luu brigaram?
- Mais é claro que não Judd. – eu disse um pouco grosseiro, foi sem querer eu juro.
- Então... – ele me olhou acusando.
- Dougie, a Luisa tava assistindo? – Danny pediu pegando o trem andando e querendo sentar na janelinha.
- Tava. – eu falei largando os ombros, que adiantaria ficar na defensiva com meus melhores amigos? Nem sabia do que queria me defender talvez de mim mesmo e minha estupidez.
- Liga pra ela cara, ela deve ta pensando altas coisas. – Tom me aconselhou, e eu peguei o telefone.
A primeira vez desligaram na minha cara, quando eu tentei de novo, ela atendeu.
- Luu? – eu chamei antes de tudo, queria ter certeza que era com ela que eu estava falando.
- Fala. – Luisa disse mais grossa do que eu antes, acho que não sou eu que estou na defensiva.
- Hey, olha eu acho que a gente, a gente podia se encontrar, que você acha?
- Onde? – aham, ela é sempre monossilábica, da onde a pessoa mais faladeira que eu conheço virou essa daí.
- Que você acha do parque, sabe? Amanha a tarde. – eu disse lembrando daquela tarde.
- Ta, Tchau. – e então o telefone ficou mudo.
- Que aconteceu? – danny pediu.
- A gente vai se encontrar amanha.
- Por que você não disse que queria agora? – Tom pediu.
- Por que eu não sei o que dizer. – eu dei de ombros.
- Por que você disse que tava solteira pra começar? – Harry falou... Que isso, eu os chamei de melhores amigos? Retiro.
- Olha gente, é uma longa historia e ...
- Agora você vai ter que contar.
É, isso que eu chamo de amigos...